quinta-feira, 5 de setembro de 2013

RESENHA: O Lado Bom da Vida - Matthew Quick

Título: O Lado Bom da Vida
Autor: Matthew Quick
Ano: 2013
Páginas: 254
Editora: Intrínseca
Avaliação: 4,5 / 5

Sinopse

Pat Peoples, um ex-professor na casa dos 30 anos, acaba de sair de uma instituição psiquiátrica. Convencido de que passou apenas alguns meses naquele “lugar ruim”, Pat não se lembra do que o fez ir para lá. O que sabe é que Nikki, sua esposa, quis que ficassem um "tempo separados". Tentando recompor o quebra-cabeças de sua memória, agora repleta de lapsos, ele ainda precisa enfrentar uma realidade que não parece muito promissora. Com seu pai se recusando a falar com ele, a esposa negando-se a aceitar revê-lo e os amigos evitando comentar o que aconteceu antes da internação, Pat, agora viciado em exercícios físicos, está determinado a reorganizar as coisas e reconquistar sua mulher, porque acredita em finais felizes e no lado bom da vida. Uma história comovente e encantadora, de um homem que não desiste da felicidade, do amor e de ter esperança.

Comentário

     Antes de mais nada quero apresentar três palavras que resumem o livro: loucura, obsessão e futebol americano.
    Esse livro foi uma surpresa pra mim, um dos melhores que li esse ano. O que chamou minha atenção de cara foi a capa, que mostra os atores que interpretaram Pat e Tiffany no filme.
    Do começo ao fim, o livro tem uma leitura leve e fluente, tem o estilo best-seller. De cara, me apeguei ao personagem principal, o Pat. É ele quem narra a história.
     Vale lembrar que o livro contém spoilers de livros como O Grande Gatsby e outros. Poxa Matt!

Trama

    Pat é muito viciado em exercícios físicos, isso, para ficar em boa forma a fim de tentar reconquistar sua mulher. É aí que entra o tema obsessão, já que ele passa horas correndo e malhando.
    Outra coisa que o Pat é viciado, não só ele como parentes e amigos, é o futebol americano. Boa parte do livro, ele vai ao estádio com amigos ver os jogos e torcer pelo seu time. Isso foi um pouco cansativo e chato, já que em alguns capítulos, os diálogos são somente sobre futebol americano. Além do grito de guerra que eles cantam o tempo todo.
    Pat conhece Tiffany em um jantar na casa de um amigo. Tiffany é mulher estranha, apesar disso ela é muito engraçada e boca suja. Ela começa a perseguir Pat nas corridas sem falar nada com ele, às vezes fala pouca coisa. Eles criam uma amizade fechada e silenciosa, sem emoção, mas aos poucos essa amizade vai ficando interessante.
    Um dos momentos mais divertidos do livro é a dança. O autor descreve com bastante detalhe até que é possível imaginar eles dançando.

- É bom que a música tenha feito você chorar, Pat. Agora, só precisamos transformar essas lágrimas em movimento. Você precisa chorar através da dança. Entendeu?
  Não entendo, mas concordo com um gesto de cabeça mesmo assim.

Personagens

    O autor transmite os sentimentos dos personagens com clareza e abundância, o que deixa a leitura mais agradável. No caso de Pat, algumas vezes ele sente uma raiva descomunal, geralmente porcausa de Kenny G, um saxofonista americano. Ninguém entende o porque, mas no final o motivo é revelado.

    Se tem um personagem que eu odeio nesse livro é o pai de Pat. Onde já se viu um pai ficar de mal com um filho. O homem é muito agressivo e antipático. Fica de mal humor por semanas por qualquer coisa. Até pensei que eu ia acabar gostando dele no final, como sempre acontece, mas não. A mãe de Pat é muito chorona e acolhedora. O irmão é companheiro e bem legal com ele.
 

Estrutura


    O que achei uma novidade é que no livro o título de cada capítulo são partes do próprio capítulo. Logo quando você lê o título, descobre ele no texto durante a leitura.
    Alguns capítulos são em forma de cartas que um personagem escreve para o outro. Isso me fez sentir o mesmo que o personagem está sentindo.
    Os capítulos são um pouco extensos, mas tem alguns curtos. Não tive problemas com isso porque focava tanto na leitura que terminava logo, o livro realmente prende.

    Posso dizer que O Lado Bom da Vida é uma lição de moral. Por ser narrado por um homem com problemas mentais e sociais, consegue-se sentir na pele o que é lutar pelo sonho e pela felicidade. O autor transmite por meio de Pat o sentimento de esperança e fidelidade, mesmo com problemas, ele encontra o lado bom da vida. O resultado é uma narrativa comovente e muito engraçada que nos faz enxergar tanto o amor quanto a depressão de maneira diferente.